Uma mulher de 56 anos, natural de Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, morreu no último sábado (11) após contrair raiva humana, o primeiro caso registrado no estado em oito anos. A vítima foi atacada por um sagui, possivelmente deslocado para áreas urbanas devido a queimadas na região.
Ela foi internada em estado grave no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife, no dia 31 de dezembro, apresentando sintomas iniciais como dormência, fraqueza e dores. O caso foi confirmado em 9 de janeiro pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES), com exames realizados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, que identificaram o vírus como sendo de origem silvestre.
Evolução do quadro clínico
Após o atendimento inicial, o quadro da paciente se agravou rapidamente. Em 2 de janeiro, ela apresentou sintomas neurológicos graves, como agitação e insuficiência respiratória, passando a necessitar de ventilação mecânica. No dia 11 de janeiro, ela faleceu devido às complicações da doença.
A raiva em Pernambuco e no Brasil
Segundo Eduardo Bezerra, diretor-geral de Vigilância Ambiental da SES, embora não houvesse registros recentes de raiva humana em Pernambuco, o vírus continua presente em animais silvestres, como morcegos e primatas. Entre 2010 e 2024, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana, sendo:
- 9 casos por mordidas de cães;
- 24 casos por morcegos;
- 6 casos por primatas não-humanos;
- 2 casos por raposas;
- 4 casos por felinos;
- 1 caso por bovino.
Prevenção e tratamento
A profilaxia imediata após exposição ao vírus é essencial. Em casos de mordidas por animais silvestres, como o sagui, recomenda-se buscar assistência médica imediatamente para aplicação de vacina antirrábica e, se necessário, soro antirrábico.
A vacinação de cães e gatos, que são os animais domésticos mais próximos aos humanos, é uma medida fundamental para prevenir a transmissão do vírus. O Ministério da Saúde distribui imunobiológicos, como vacinas e soros, em todo o Brasil para garantir o tratamento pós-exposição.
A doença
A raiva é uma doença viral com taxa de letalidade próxima a 100% após o início dos sintomas clínicos. O vírus é transmitido principalmente por mordidas, arranhões ou lambidas de animais infectados. Os primeiros sintomas incluem febre, mal-estar, dores e agitação, podendo evoluir para paralisia, coma e morte.
O caso reforça a necessidade de vigilância e prevenção contra a raiva, especialmente em regiões onde o contato com animais silvestres é mais frequente.